Stress, hiperactividade e depressão. Palavras que estão cada vez mais presentes no dia a dia das pessoas. Mas sabia que essas doenças também podem afectar os animais?
Os cavalos são dos animais que mais beneficiam com a aromaterapia
E, devido à aparição cada vez mais constante desses males, o uso de terapias complementares em cães e gatos está a aumentar consideravelmente. Segundo uma pesquisa realizada nos Estados Unidos, cerca de 20% dos donos de animais de estimação recorrem a tratamentos alternativos quando eles estão com problemas.
Técnicas como massagens e aromaterapia (também conhecida como “a terapia do olfato”), que trabalham de dentro para fora, relaxam, dão mais disposição e tranquilizam, são as mais procuradas.
Segundo a bióloga e aromaterapeuta Luciane Vishwa Schoppan, a aromaterapia, que é um tratamento natural que utiliza as propriedades curativas presentes nas moléculas químicas dos óleos essenciais, pode ser feita não apenas em humanos, mas também em animais de médio e grande porte, como cães, gatos e cavalos.
Luciane afirma que o próprio dono do animal pode comprar óleos essenciais e tratar o animal em casa. Mas a aromaterapeuta alerta que o uso desses óleos deve ser conciliado com o diagnóstico de um veterinário. “Após o animal ter sido diagnosticado, usamos nosso conhecimento aromático para combater o sintoma e recuperar a saúde e o bem estar do animal”.
Luciane explica que o papel do aromaterapeuta é recomendar qual tipo de óleo deve ser usado. “Tudo vai depender do que o animal estivera precisar. Se o cão está muito desanimado, usaremos óleos essenciais que estimulem a energia vital, como alecrim, cipreste, manjericão e hortelã. No caso de animais que ficam muito tempo sozinhos, desenvolvem estados depressivos e perdem o apetite, podemos usar óleos essenciais cítricos, como mandarina, tangerina e limão siciliano”. A aromaterapeuta conta que existem óleos indicados para outros problemas, como inflamações, ferimentos e stress pré e pós-operatório.
O tratamento pode ser aplicado nos animais de três formas: por meio de massagens, borrifando o óleo essencial no ambiente ou mesmo acrescentando algumas gotas no shampoo. Ao utilizar borrifadores, deve-se diluí-los em álcool de cereais ou água floral.
“Quando se opta pela massagem, na medida do possível e se o animal permitir, ela é feita como se fosse em humanos. Pode-se massajar o abdomen, as axilas, os braços, pernas e a musculatura para-vertebral de cães maiores, pois esses animais podem apresentar problemas de hérnias de disco”, explica Luciane. Os óleos essenciais para massagem devem ser diluídos em óleos vegetais.
Segundo a aromaterapeuta, quando o tratamento é aplicado em casa, todos os que estiverem em contacto com o ambiente beneficiarão. “As moléculas dos óleos essenciais são voláteis e dispersas no ambiente. Dessa forma, a molécula irá encontrar na cavidade nasal um receptor olfactivo, que irá enviar a mensagem electroquímica específica para o cérebro, de onde serão dadas respostas para o corpo”.
A aromaterapeuta afirma que o tratamento pode ser usado ainda em canis para controle de microrganismos, mosquitos, carraças e pulgas.
Cuidados na aplicação da aromaterapia Luciane alerta que se deve tomar alguns cuidados na aplicação da aromaterapia nos animais: quando se escolhe produtos para inalação, aplicação ou um tratamento específico deve-se verificar primeiro as suas certificações, pois isso atesta a qualidade do produto que será usado. “Os animais possuem muito mais receptores olfactivos que nós humanos. Portanto, deve-se usar doses mínimas e tentar trabalhar com aromas não muito fortes”, recomenda.
A frequência em que é feita a aromaterapia depende do problema do animal. Luciane dá alguns exemplos. “Em shampoos, o tratamento pode ser feito semanalmente ou de 15 em 15 dias. Se for fungo ou ferimentos infectados, deverá ser aplicado três vezes ao dia até melhorar. No caso de algum desequilíbrio emocional, como agitação ou depressão do animal, deverá ser usado duas vezes ao dia durante 20 dias”.
Cristina Fernandes
Fonte; G1
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